Os avanços da Educação a Distância são inegáveis, sem dúvida, estamos diante de um fenômeno em expansão, presente em várias instituições e na vida de grande parte dos estudantes brasileiros. A modalidade vista, há alguns anos atrás, com incredulidade pela sociedade como um todo, embora ocorresse em formatos diferentes, não tinha a capacidade de atingir tantas pessoas como passou a ter após o advento da internet.
Quando falamos em outros formatos, nos referimos às cartas, ao rádio, à TV, entre outros meios, que durante séculos tiveram grande potencial pedagógico e continuam a tê-lo, mas com uma capacidade muito inferior quando comparamos aos ambientes virtuais, espaços repletos de ferramentas pedagógicas e com alcance global.
Para os estudantes, a educação a distância constitui uma nova forma de aprender, um jeito diferente de fazer uma graduação, de aperfeiçoar os conhecimentos em formações continuadas que não obrigam a ausentar-se do trabalho, de fazer um curso superior mesmo afastado dos grandes centros universitários.
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No entanto, a flexibilidade associada aos cursos a distância é acompanhada de desafios, adaptações, exigências próprias da inserção em um novo mundo, o mundo dos ambientes virtuais de aprendizagem, bastante diferente dos ambientes físicos de aprendizagem, aos quais estamos adaptados e que temos o claro estereótipo em nossa mente, a saber: um professor falando diante de alunos sentados em cadeiras enfileiradas.
O aluno de educação a distância, precisa estar apto a aprender de um jeito diferente, precisa desenvolver autonomia, isto é, construir o seu próprio caminho para chegar a uma plena aprendizagem. Para tanto, necessita ser disciplinado, aproveitar ao máximo as ferramentas pedagógicas disponíveis na plataforma, interagir com os outros colegas, tutores e professores.
Posto isso, gostaria de refletir a respeito da prática do professor em cursos a distância, pois bem, o espanto diante da modalidade em questão não é “privilégio” dos estudantes, quem ensina também passa a encarar o ambiente virtual como um universo desconhecido, de tal maneira, que a pergunta: “Haveria uma didática do ensino a distância?” reverbera entre todos os que pensam esse tipo de educação.
Na tentativa de responder a tal questionamento, Otto Peters para quem se propõe a ensinar em cursos a distância. Estabelecendo um comparativo entre o ensino presencial e a modalidade em questão, o autor deixa claro que a adaptação ao modelo não deve ocorrer apenas por parte dos estudantes, os professores também precisam compreender as particularidades da docência em ambientes virtuais.
Surge, a partir de então, um problema que se refere às práticas dos professores quando inseridos em cursos de graduação não presencias. Acostumados a ministrar aulas para alunos presentes em salas de aula físicas, o que ocorre, quase sempre, é a mera transposição do planejamento direcionado a aula presencial para o ambiente virtual. Os professores sobrecarregam a plataforma de textos em PDFs, power points, vídeos longos, deixando os estudantes atordoados em meio a tantas informações e, consequentemente, não sabendo como agir diante desse novo mundo.
O professor que atua em tal modalidade precisa levar em consideração a angústia do estudante que se encontra solitário diante de um computador sem saber por onde começar a atuar no ambiente virtual, precisa compreender que sem a devida estruturação da disciplina não haverá êxito no processo de ensino-aprendizagem, antes, pelo contrário, o estudante ficará mais angustiado por não entender não apenas o assunto estudado, bem como, a própria forma que este é veiculado.
Quando falamos em docência virtual, não podemos esquecer os tutores, esses são personagens que, na prática, têm sido os grandes responsáveis pelo andamento das disciplinas em cursos a distância. É um profissional qualificado para atuar nas plataformas de aprendizagem e que tem como objetivo, fazer mediações seja entre professor-estudante; estudante-estudante; estudante-conteúdo.
O professor Dr. João Mattar afirma que, “do ponto de vista pedagógico e de condições de trabalho, a situação do tutor em muitos projetos de EaD no Brasil é trágica quando comparada à do professor presencial”. Esse quadro faz com que os tutores não possam agir com toda sua potencialidade, obviamente sem incentivos salariais e de caráter formativo, o profissional não tem motivação para atuar da forma ideal.
É válido salientar que a função do tutor não se restringe à correção de atividades, em sua atuação, tornam-se parceiros dos estudantes, retiram dúvidas relacionadas não apenas ao conteúdo das disciplinas e, obviamente, só podem conceder o atendimento mais individualizado possível quando dispõem de condições para fazê-lo, entre estas, o número reduzido de estudantes.
A verdade é que seja estudante, professor ou tutor, qualquer um dos personagens envolvidos no processo de ensino-aprendizagem que ocorre nos ambientes virtuais de aprendizagem encontra-se diante de uma novidade e, por isso, têm diante de si um desafio que consiste, em certa medida, em se desvencilhar da formação presencial que está arraigada em nosso sistema e desenvolver novos meios de atuação adequados à modalidade em que estão inseridos.
É necessário, entre outras exigências, que os professores que atuam nos cursos a distância, não se submetam apenas à capacitações pontuais; estas, além de insuficientes para adequação à modalidade, são sempre focadas no domínio técnico da plataforma, ignorando-se que para atuar nessa modalidade o professor necessita desenvolver uma metodologia própria para educação a distância.
Entre os conselhos que poderiam ser concedidos a professores que buscam uma melhor atuação na educação a distância, poderíamos destacar:
Planejamento específico para a educação a distância: o professor precisa estar atento às peculiaridades da modalidade em questão. Neste sentido, não é recomendável fazer a simples transposição do planejamento utilizado nos cursos presenciais, uma vez que, o público a quem pretende-se atender é outro e o processo de ensino-aprendizagem nos ambientes virtuais ocorre de maneira diferente.
Ser atuante na plataforma: os anos de experiência na tutoria demonstram que a ausência do professor constitui um grande entrave ao andamento das disciplinas ministradas em ambientes virtuais. Os estudantes entendem o silêncio virtual do professor como um descaso em relação à disciplina e ficam bastante desmotivados.
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Evitar a perspectiva conteudista: a literatura que trata da educação a distância tem evidenciado que as tentativas de tornar os ambientes virtuais verdadeiras enciclopédias não têm logrado êxito. Quando o estudante se depara com uma disciplina repletas de PDFs acreditam que não vão dar conta de tal demanda e pensam ser difícil ser aprovados na disciplina em questão.
Elaborar fóruns para tratar de assuntos diversos: os fóruns são ferramentas com alto potencial de socialização, eles não servem apenas para execução de tarefas específicas de uma determinada disciplina, podem sim servir para que a distância entre o professor e o estudante sejam reduzidas, e tornar o clima mais amistoso nas plataformas.
Dessa forma, pensamos ser possível aprender por meio de ambientes virtuais, embora haja descrédito entre muitos a respeito de tal afirmação, acreditamos que quando todos os cursos na modalidade a distância ocorrerem como a literatura recomenda, esse preconceito em relação à aprendizagem virtual venha a ser substituído por um reconhecimento pleno do potencial pedagógico das plataformas virtuais de aprendizagem.
Ercules Diniz
Mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba. Além de professor de Biologia na rede Estadual de Ensino, atua como tutor de Educação a Distância na Licenciatura em Ciências Biológicas a Distância oferecida pela mesma instituição.